É um absurdo que haja a presença de ensino religioso em mais da metade das escolas públicas de um país que se declara laico em sua Constituição, mais um dos incontáveis absurdos deste Brasil. Ainda se o tal ensino religioso abordasse o aspecto histórico e político das religiões, eu não teria nada contra, consideraria até um componente curricular de certo valor. Não é o que ocorre : acaba virando catecismo, doutrinação braba.
E foi contra isso que um casal do Paraná - ela, professora, e ele, caminhoneiro - lutou durante três anos. E agora conseguiu um acordo "amigável" com a escola dos filhos, gêmeos. Ateus, o casal não quer os filhos rezem em todo o início das aulas de ensino relgioso e nem que lhes seja dito que deus é uma figura real, vigilante e zelosa.
"Não quero que eles sejam doutrinados a crer. Ninguém precisa ser bom na vida porque tem alguém superior olhando. As pessoas devem ser boas porque isso é correto', afirma a mãe. Ela está certíssima e é de uma lógica e clareza ímpares em sua declaração. Durante as aulas de ensino religioso, os meninos realizarão atividades na biblioteca; ficarão acompanhados de livros ao invés de deus : desconheço troca mais vantajosa.
Parabéns a essa mãe, Eliane Lambert Junkes, e a esse pai, Alberi Junkes. Pelo discernimento de não querer que seus filhos creiam no inexistente, num deus-mercadoria, num deus idiota, e pela perseverança em manter sua luta frente às primeiras recusas da escola; foram três anos de negociações.
Família Junkes 1 X 0 deus.
E muitas outras derrotas ainda serão sofridas por esse velho bastardo, safado e canalha.Outras derrotas sobrevirão a deus, se ele quiser ou não. Que esse bosta já não manda mais porra nenhuma.
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