Cérebro Ruim, Comportamento Ruim

Com essa óbvia constatação, Adrian Raine, da Universidade da Pensilvânia, e Nathalie Fontaine, da Universidade de Indiana (EUA), resumiram a apresentação de seus estudos que vinculam violência e criminalidade com áreas do cérebro relacionadas ao julgamento moral, à culpa, ao medo e ao remorso - principalmente a amígdala e o córtex pré-frontal.
Scanners de cérebros de psicopatas revelaram amígdalas 20% menores, e isso é muito. É claro e evidente que se alguém tem uma região cerebral com esse nível de redução, as funções comandadas por ela ficam comprometidas. No caso, o indivíduo sente menos medo, culpa e remorso por seus atos. Daí a se tornar um criminoso é um pequeno passo, bastará um pequeno elemento desencadeador, uma situação em que a maioria pondera, respira fundo, conta até dez e segue a vida; mas sem culpa e remorso e sem medo da punição, fica fácil simplesmente remover o obstáculo, eliminar, matar. É o que os psicopatas fazem.
Resultados muito similares aos cérebros dos psicopatas foram descobertos em criminosos de colarinho branco, responsáveis por fraudes financeiras como golpes em cartões de crédito, em políticos envolvidos com falcatruas e - para arrepiar o cabelo do cu dos humanistas, dos defensores de que os humanos são uma tábula rasa na ocasião de seu nascimento - em crianças consideradas problemáticas por pais e professores.
Cérebro ruim, comportamento ruim.
A ideia de escanear cérebros de crianças horrorizou os humanistas comportamentais da plateia, e os dois pesquisadores foram acusados pelos idiotas de serem deterministas e estarem estigmatizando essas crianças "fadadas" ao mal.
Ô raça desgraçada, esses não afeitos à exatidão dos dados. Se alguém é determinista, é a natureza. Ninguém quis nascer com uma amígdala ou córtex pré-frontal menor, evidente. Esse tipo de trabalho não é para estigmatizar, mas, sim, para, detectada a potencialidade para o "mal", proceder num melhor acompanhamento dessa criança, treiná-la em lidar com certas situações de risco para ela, normais para a maioria. 
Crianças com problemas na fala não são encaminhadas a um fonaudiólogo, para que superem uma limitação? Diabéticos não tomam lá a insulina deles? Com esse estudo, a ideia é a mesma : evitar ou minimizar a combinação cérebro ruim, ambiente ruim. Isso não é discriminação. Pelo contrário, é dar melhor assistência a essa criança. Discriminação é dizer que o problema não existe, dizer que são todos iguais e, depois, construir mais cadeias que escolas. Mas admitir isso acabaria com os empregos de muitos sem-função por aí, sociólogos, assistentes sociais, psicólogos, defensores dos direitos humanos, etc etc.
Afirmar que uma deficiência comportamental é genética, não é estigmatizar. É dar chances de tratamento ao indivíduo, é lhe dar a chance de um convívio social razoável, é lhe dar a chance de não acabar numa prisão.

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